A Classe média, refém do próprio medo, e a mídia venal não
compreendem que não se muda um país governado por canalhas, de instituições
viciadas, com passeatas “pacíficas” e demandas difusas de grupos e pessoas bem
intencionadas e preocupadas com o futuro da nação. E agora os alienados
políticos e as ratazanas da politica
apoiam uma fanática religiosa travestida de política e apoiada por banqueiros e
agronegócio. Fora toda forma de fundamentalismo. Fora o obscurantismo da
política.
Muitos dos manifestantes chamados de “vândalos” apenas
respondem a agressão recebida por uma Policia q mata e tortura. A policia que
reprime manifestações e a mesma que mata
nas favelas e periferias.
Muitos dos manifestantes não percebem que com seu discurso
de “paz social” e manutenção da ordem apenas legitimam a canalha no poder e as
elites desse Estado policial. Esse clamor por paz social e respeito a ordem
pública andam juntos com criminalização e enquadramento de jovens que ousam
confrontar a força policial e atacam bancos e outros prédios públicos.
”A ânsia de destruir é também uma ânsia de criar.” Bakunin.
Enquanto nossas elites, a classe média amedrontada e acuada
em seus condomínios e a mídia venal
denunciam e julgam como vândalos jovens mascarados, renasce em mim a esperança
na juventude...nem todos são ovelhas. Nem tudo está perdido. Repito, ninguém
muda um país, com poderes corrompidos apenas com passeatas pacificas...ordeiras.
Isso só interessa à canalha no poder.
Por que esse medo de sair da banalidade da existência
cotidiana sufocada no impessoal? Por que essa necessidade de criminalizar e
marginalizar jovens que gritam e expressam uma revolta que também é nossa, os
civilizados domesticados. Esses ataques à prédios públicos, agências bancárias, butiques,
concessionárias de Carros trazem um sentido, um significado que que vai além da
mera violência juvenil de jovens mascarados.
Basta dessa pasmaceira, desse medo, de lamúrias, ressentimentos e invejas. A realidade está nos
atropelando juntamente com nossas
convicções e referenciais teóricos. E sinceramente não creio mais em mudança
pela via institucional, torna-se cada vez mais um imperativo quebrar os
contratos, subverter as leis e des-construir as instituições, seus discursos
articulados com determinada noção de verdade e com o poder. Não precisamos de
guias, gurus, modelos teóricos e métodos consagrados que prometem reconciliam
aqui ou no além a dilacerações próprias da existência humana.
Os partidos, os três poderes e as
instituições ditas democráticas estão viciadas e infestadas de ratazanas. E não
me venham falara nas exceções e que fazemos parte dela. Isso de nada vale. Nossos
palácios, parlamentos, igrejas e escolas estão repletas de homens de segunda
mão, filisteus da cultura (Nietzsche), profetas de cátedra (Weber) iluminados,
que ainda acreditam na formação humana enquanto construção de uma comunidade de
amigos forjada na leitura dos grandes clássicos.
Por que não repensar a questão da
formação humana em um contexto de crise dos humanismos (marxismos,
cristianismo, existencialismo) no qual surge novos paradigmas nas ciências (não
mais ordem a partir da ordem, mas ordem a partir do caos, do ruído) gerados por
novos agenciamentos na própria estrutura dos saberes.
Parafraseando Marx (em sua 11ª tese sobre Feuerbach) e sem
querer incentivar o ativismo estéril, eu repito: Os Pensadores, intelectuais se
contentaram em interpretar o mundo de diferentes maneiras, cabe agora transformá-lo.
Primeiro se jogue no abismo, depois pense em inventar
asas...
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