QUEM SOU?

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Goiania, Brazil
Um homem simplesmente aí, jogado no rio do devir a procura de si mesmo. Um campo de batalha... uma corda sobre o abismo, um ser no mundo corroido pela angustia da certerza da própria morte, mas que faz dessa consciencia da finitude um motivo para se responsabilizar mais por cada uma de suas escolhas.http://lattes.cnpq.br/9298867655795257

quarta-feira, 24 de março de 2010

Uma estadia no inferno

Outrora minha vida era um festim, aberto a todos os corações e regada por todos os vinhos. Um dia sentei a beleza no meu colo e a achei amarga.

Contra a justiça levantei-me em armas. Num salto surdo de animal feroz pulei sobre cada alegria para estrangulá-la.

Oh, feiticeiras, oh, filhas dos acaso e da dor. Meu tesouro foi entregue a vós.

A mão que escreve vale a mão que lavra. Patrões e empregados, todos ignóbeis. Agora sou maldito. Tenho horror a pátria, o melhor será dormir completamente bêbado. A. Rimbaut.

Rimbaut fala de revoltas lógicas. E a filosofia se nutre disso – das revoltas lógicas. Revolta na medida em que ela diz não ao estabelecido, ao saber instituído, ao dogmatismo da consciência ingênua que não problematiza sua relação com o mundo. Mas a filosofia aos desconstruir as certezas e convicções aceitas pela maioria, propõe a ser ao mesmo tempo um discurso lógico, racional fundado na racionalidade, no diálogo e no rigor das argumentações que não se contentam em expressar pontos de vistas ou defender teses.

Filosofar , para Platão, é aprender a morrer, sair da caverna do corpo, dos sentidos, das paixões, ascender ao mundo inteligível, da luz, das puras idéias... Em que pese alguns excessos, Platão propõe uma paidéia para formar o temperamento filosófico naqueles destinados a governar.

Pois o poder não deve ser entregue aos mais fortes, nem aos mais ricos, nem aos mais espertos, mas sim aos mais sábios.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Noites mal dormidas

Suporto mal essa existência medíocre em que tenho que conviver com a canalha. Esses vermes que rastejam anônimos pelos becos imundos infestados de ratos e baratas. E se amontoam em ônibus e igrejas clamando por um Deus piedoso e caridoso que nunca vem. Enquanto isso uma pseudo-elite burra toma o aparelho do Estado e assalta os cofres públicos. Patético. Infeliz uma época em que pensadores e artistas vivem a margem de uma sociedade afundada no consumo desvairado de bens... supérfluos. Lamentavelmente nos tornamos essa besta do trabalho, uma matéria prima, ou um ruído que as vezes deve ser banido para otimização da performance do sistema.

Enquanto isso, o homem vagueia anônimo e estranho em sua própria casa – a terra, desertificada pelo calculo e planificação. Tudo, absolutamente tudo é nivelado a condição de mercadoria por esse equivalente universal chamado dinheiro.

Contudo, antes de fazer a apologia do irracionalismo ou da loucura, devemos denunciar os desafios de uma razão que enlouqueceu.


 


 

Uma estadia no Inferno

Outrora minha vida era um festim aberto a todos os corações e regada por todos os vinhos. Um dia sentei a beleza em meu colo e a achei amarga. O feiticeiras, ó filhas do acaso e da dor meu tesouro foi entregue a vós. Num salto surdo de animal feroz pulei sobre cada alegria para estrangulá-la. Patrões e empregados, todos ignóbeis. A Mão que escreve, vale a mão que lavra. Que séculos de mãos. Por ora, sou maldito, tenho horror a pátria. O melhor será dormir completamente bêbado.