Outrora minha vida era um festim, aberto a todos os corações e regada por todos os vinhos. Um dia sentei a beleza no meu colo e a achei amarga.
Contra a justiça levantei-me em armas. Num salto surdo de animal feroz pulei sobre cada alegria para estrangulá-la.
Oh, feiticeiras, oh, filhas dos acaso e da dor. Meu tesouro foi entregue a vós.
A mão que escreve vale a mão que lavra. Patrões e empregados, todos ignóbeis. Agora sou maldito. Tenho horror a pátria, o melhor será dormir completamente bêbado. A. Rimbaut.
Rimbaut fala de revoltas lógicas. E a filosofia se nutre disso – das revoltas lógicas. Revolta na medida em que ela diz não ao estabelecido, ao saber instituído, ao dogmatismo da consciência ingênua que não problematiza sua relação com o mundo. Mas a filosofia aos desconstruir as certezas e convicções aceitas pela maioria, propõe a ser ao mesmo tempo um discurso lógico, racional fundado na racionalidade, no diálogo e no rigor das argumentações que não se contentam em expressar pontos de vistas ou defender teses.
Filosofar , para Platão, é aprender a morrer, sair da caverna do corpo, dos sentidos, das paixões, ascender ao mundo inteligível, da luz, das puras idéias... Em que pese alguns excessos, Platão propõe uma paidéia para formar o temperamento filosófico naqueles destinados a governar.
Pois o poder não deve ser entregue aos mais fortes, nem aos mais ricos, nem aos mais espertos, mas sim aos mais sábios.
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